VOCÊ TEM DÍVIDAS? ENTENDA O PORQUÊ E LIVRE-SE DELAS. PARTE II- O QUE FAZER?

Por Eduardo Armbrust

Dando sequência a parte I, agora vamos entrar em detalhes sobre o que fazer para se livrar das dívidas.

O que fazer?

• O Reconhecimento:

Você precisa estar consciente do que gerou a situação atual e reconhecer que está levando um estilo ou padrão de vida acima de suas possibilidades, pelo menos no momento, e essa é a pior das conclusões para se chegar, porém necessária para você sair dela, caso contrário ficará achando um terceiro para culpar e continuará vivendo uma ilusão que mais dia, menos dia, se transformará num pesadelo, se é que isso já não esta ocorrendo.

Após o reconhecimento, e volto a frisar sem ele as chances de solução são mínimas, você precisa reunir todos que contribuem com a renda e com os gastos dessa unidade familiar para analisar juntos o cenário, pois sozinho a caminha vai ser muito mais difícil e frustrante.

• Mãos a obra:

Você precisa analisar a sua dívida com clareza, e a melhor maneira de fazer isso é colocar num papel todos os seus credores, o valor atual da dívida, a taxa de juros e quantidade de pagamentos.

O próximo passo é separar as dívidas que tem as maiores taxas de juros, e provavelmente coincidam com as dívidas de curto-prazo, ex: Cartão de crédito e cheque especial. Essas são as que devemos atacar primeiro. É preciso sair da armadilha do pagamento mínimo do cartão de crédito ou do pagamento de apenas dos juros do cheque especial.

Nesse momento você vai precisar saber como está o seu orçamento mensal, ou seja, quanto você gasta com a sua manutenção, e talvez se você chegou a situação de endividado é porque o seu orçamento está desequilibrado, em outras palavras, esta gastando mais do que recebe.

Se você nunca fez, ou fez e parou, segue um link para baixar nossa planilha de controle e planejamento dos gastos para te ajudar a enxergar melhor quanto você recebe e quanto você gasta.

Por que isso é importante?

Para podermos melhorar algo, precisamos medir, é a única forma de saber exatamente para onde sua renda esta indo, e onde você poderá enxergar as alternativas menos dolorosas para enquadrar o seu novo padrão de consumo. Mais detalhes sobre controle de gastos nesse link.

O próximo passo é tentar a consolidação das dívidas de curto-prazo e talvez algumas de médio prazo.

Com os valores das dívidas em mãos você precisa ir atrás de recurso para quitar essas dívidas, e vamos priorizar os recursos mais baratos:

1- empréstimos com parentes (normalmente não cobra-se juros, ou apenas corrige-se pela poupança);

2- Empréstimo consignado (possui menores taxas e prazos mais longos);

3- Empréstimo pessoal em alguma instituição. Outra opção é vender algum bem de valor (terreno, casa, carro, etc)

A idéia é pegar todas as dívidas que estão no cartão de crédito, cheque especial, carnês de lojas, e liquidá-los com um recurso mais barato e dividido em prazos mais longos, onde a prestação somada com os outros gastos caiba no seu orçamento mensal. Viu porque você precisa fazer o controle ou orçamento dos gastos antes, senão como você vai saber o valor da prestação que pode pagar sem se complicar novamente.

Caso a consolidação não seja possível, o próximo passo é ir a cada credor (a administradora do cartão de crédito, o banco do cheque especial e a loja do carnê) e expor sua situação e renegociar um prazo que a prestação caiba no seu orçamento, não aceite qualquer parcela como resposta, você precisa saber qual o valor de parcela que poderá pagar sem ter problemas, mesmo que para isso você demore vários anos para pagar.

Utilize nossa planilha na Aba "objetivos", como sendo um dos objetivos se livrar das dívidas, na coluna H, “já tenho”, coloque o valor que você tem de dívidas hoje, depois coloque a taxa de juros que provavelmente irão cobrar de você (dica: pesquise antes na internet as taxas de juros praticadas no mercado), e por fim coloque em quantos meses você pretende pagar. Na coluna “i “ vai aparecer o valor da prestação que você terá que pagar, daí dá para analisar e verificar se cabe no seu orçamento ou não.

Caso negativo altere o prazo, ou até mesmo o valor (a empresa credora pode conceder um desconto para regularização da dívida) e simule a nova prestação.

Caso os credores não aceitem renegociar, a opção será procurar os órgão de defesa do consumidor ou a justiça.

A partir daí, você tem sua dívida equacionada, ou seja, distribuída em meses onde a prestação gerada cabe no seu orçamento, e é aqui que você precisa fazer o esforço para manter o orçamento sem cair na tentação de consumir acima das suas possibilidades e colocar tudo a perder, vai ser uma fase chata, porém necessária se realmente você quiser sair dessa situação.

O grande benefício disso vai ser a mudança de hábito financeiro que a família vai passar a ter, e no futuro, quando as dívidas forem todas quitadas, a chance de você passar por isso novamente será quase zero.

Sugiro, mesmo que momentaneamente, cancelar os cartões de crédito e o limite do cheque especial, assim a tentação será menor, visto que você não terá esses meios disponíveis para uso.

Encare a situação da seguinte forma: Ajuste seu padrão de vida para 80% da sua renda atual, doa a quem doer, e separa os 20% para as dívidas.

Independente do tamanho das dívidas, o valor mensal que você vai destinar é de 20%, e a sua nova renda liquida passa a ser de 80%.

Não vale gastar um centavo a mais, caso contrário vai começar tudo novamente, monte o seu orçamento em cima dos 80%, e ai pode ser que não dê para fazer todas as coisas que você vinha fazendo, isso mesmo, terá que cortar, baixar o padrão de consumo, todos na família terão que fazer o sacrifício.

Veja esse video do Flávio Augusto, dono do curso de inglês Wise Up, do time de futebol Orlando City, entre outras empresas, para motivar você nessa fase.

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A vida pode ficar um marasmo no início do processo, porém aos poucos serão valorizados outros comportamentos e experiências, a criatividade vai ser peça fundamental para essa fase, e provavelmente você não perderá mais noites de sono por causa das dívidas, isso refletirá na sua auto-estima e quem sabe conseguirá pensar em gastos de melhor qualidade e em fontes alternativas de renda para acelerar o prazo de quitação das dívidas, para daí em diante não ter mais que se preocupar com isso, vai ser uma vitória de toda a família.

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